"Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz". Isaías 9:6

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

O DOM DE DISCERNIMENTO


Por Francis Frangipane:

Para discenir, não podemos julgar. Nunca teremos o verdadeiro dom de discernimento até que aprendamos a crucificar nossa tendência natural de julgar. Realisticamente falando, pode levar meses ou até mesmo anos para que velhas fortalezas, que não foram construídas no divino fundamento da fé e do amor ao próximo, sejam desarraigadas. Para discernirmos através da “mente de Cristo” (1 Cor. 2:16), precisamos primeiro encontrar o coração de Cristo. O coração e o amor de Jesus estão resumidos em suas próprias palavras: “Eu não vim para julgar o mundo, mas para salvá-lo” (João 12:47).

Discernimento espiritual é a graça de ver o invisível. É o dom do Espírito para captar o mundo espiritual. Seu propósito é entender a natureza daquilo que está encoberto. Entretanto, o primeiro véu que precisa ser removido é o véu de nossos próprios corações. A capacidade de ver aquilo que há no coração alheio vem do mesmo Espírito que revela o que está nos nossos próprios corações. Antes que ele nos revele o pecado de outra pessoa, o Senhor precisa nos revelar como nós mesmos precisamos desesperadamente de sua graça. Assim, com compaixão ministraremos a outros a mesma graça que outrora recebemos. E então entenderemos que o verdadeiro dom de discernimento não é uma faculdade de nossa própria mente.

O alvo de Jesus é salvar, não condenar. Somos chamados a escavar e descobrir as verdadeiras raízes das necessidades humanas. E se verdadeiramente servimos aos nossos semelhantes, precisamos lembrar que seguimos a um Cordeiro. Esse é um princípio que precisa estar bem fundamentado para que possamos discernir sem reagir.

Para discernir, precisamos nos tornar cegos para aquilo que está aparente. As pessoas podem nos atacar, mas não podemos reagir. Devemos estar sempre preparados para perdoar, pois os demônios que você tenta expulsar o desafiarão, fingindo ser a pessoa que você quer libertar. Precisamos discernir a diferença entre o espírito opressor e a pessoa oprimida.

Por isso Jesus preparou seus discípulos para perdoar. Usando a si mesmo como exemplo, ele ensinou que “todo aquele que disser uma palavra contra o Filho do Homem será perdoado” (Lucas 12:10). Jesus preparou o seu coração para perdoar os homens antes mesmo que eles pecassem contra ele. Ele sabia que sua missão era morrer pelos homens, não condená-los.

Da mesma forma, somos chamados a cumprir a mesma missão. Enquanto orava ao Pai, Jesus disse: “Assim como me enviaste ao mundo, eu os enviei ao mundo” (João 17:18). Somos chamados a morrer para que outros possam viver. Assim, entendamos que antes que nosso discernimento se desenvolva, nosso amor precisa amadurecer até que adquiramos uma capacidade natural de perdoar. Se Deus nos revelar o coração dos homens e nos chamar para libertá-los de seus cativeiros, não podemos reagir às suas palavras. À medida que nosso discernimento se torna à semelhança do de Cristo e os segredos do coração dos homens são revelados a nós, não podemos reagir àquilo que eles pensam.

Se não adquirimos a divina capacidade de perdoar, caímos no engano. Pensamos que temos o dom do discernimento quando na verdade estamos vendo as coisas pelo véu de nossas próprias críticas. Precisamos conhecer nossas fraquezas, porque se estivermos cegos com relação aos nossos próprios pecados, aquilo que presumimos discernir nos homens será o mero reflexo de nós mesmos. De fato, se não operamos em amor, nos tornaremos uma ameaça ao Corpo de Cristo.

Foi exatamente isso que o Senhor nos ensinou quando disse:

Não julguem para que vocês não sejam julgados. Pois da mesma forma que julgarem, vocês serão julgados. E a medida que usarem, também será usada para medir vocês. Por que você repara no cisco que está no olho do seu irmão, e não se dá conta da viga que está em seu próprio olho? Como você pode dizer ao seu irmão: ‘Deixe-me tirar o cisco do seu olho’, quando há uma viga no seu? Hipócrita, tire primeiro a viga do seu olho, e então você verá claramente para tirar o cisco do olho do seu irmão. (Mateus 7:1-5)

O arrependimento é a remoção das “vigas” de nossos olhos; é o verdadeiro começo de uma visão cristalina. Há muitos que julgam possuir o dom de discernimento para certas questões. Talvez, para algumas coisas eles até o tenham, só Deus sabe. Mas muitos estão simplesmente julgando seus semelhantes e chamando isso de discernimento. Jesus nos proibiu de julgar. A mesma mão eterna que escreveu a Lei em tabletes de pedra no Antigo Pacto está escrevendo a lei do Reino em tabletes de carne nos dias de hoje. Esta palavra, “não julguem” (por aparência) é tão imutável quanto os Dez Mandamentos. É Deus nos falando nos dias de hoje.

Nosso alvo é ver claramente

A mente carnal sempre projeta sua própria imagem nos demais. Sem perceber que está vendo a si mesma, ela presume discernir os demais. Jesus se refere à pessoa que julga como “hipócrita.” O Senhor não está dizendo que devemos deixar de pensar nas pessoas completamente. Ele quer que possamos ajudar uns aos outros. A ênfase no mandamento de Jesus de “não julgar” se resume nas palavras “tire primeiro a viga do seu olho, e então você verá claramente para tirar o cisco do olho do seu irmão.” A maneira como ajudamos não é julgando, mas vendo claramente. E não veremos claramente até que passemos por um profundo e completo processo de arrependimento, e nosso instinto de julgar carnalmente seja desarraigado.

Vemos que Jesus comparou o ato de abordar as pessoas a respeito de seus pecados com o ato de tirar o cisco de seus olhos. O olho é a parte mais delicada e sensível do corpo humano. Como tiramos o cisco dos olhos de alguém? Com muito cuidado! Primeiro você precisa conquistar a sua confiança. Isso implica em não demonstrar um espírito de condenação, que julga por instinto. Para ajudar os outros, precisamos ver claramente.

Se você busca obter um coração que não condena, você precisa crucificar seus instintos naturais que o levam a julgar. Dessa maneira, você estará lançando o verdadeiro fundamento para o dom de discernimento, pois terá preparado seu coração para receber sonhos, visões e revelações do Senhor, livre do preconceito carnal e do engano.

Fonte: Ministries of Francis Frangipane. Traduzido por @paoevinho.

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